quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

e por falar em amor!

“no ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem.” [memórias de minhas putas tristes]

“falha-se sempre ao se falar de amor” [walter benjamim];
não interessa a idade que alcançamos em vida, sempre nos desajustamos diante do amor... ele foi/é/será sempre um signo inapreensível... uma caminhada labiríntica com um minotauro em nosso encalce [ou seja, tesão & tensão]... no caso de “memórias de minhas putas tristes”, o velho cronista do El Diário de La Paz encontra-se em meio a essa folia.. e, neste sentido, encontra uma outra faceta do amor aos 90 anos [sempre como um novo atalho neste labirinto]... 90 anos & precisaríamos de outros 90 anos para continuar a não apreendermos do amor... afinal o amor traz consigo a semântica do desejo [& só desejamos aquilo que não temos], uma busca desigual como em “a insustentável leveza do ser” [milan kundera], buscamos o amor em alguém que nos encontra o sexo, buscamos o sexo em alguém que nos encontra o amor... o amor é realmente louco ou somos nós que nunca soubemos amar?

Um comentário:

Cris disse...

Acho que o amor é louco E nós não sabemos amar. Muito interessante o seu ponto de vista quando diz que buscamos o amor onde encontramos o sexo, e buscamos o sexo onde achamos o amor. Se encontrarmos o amor e o sexo juntos, passamos a desejar o tal algo que não se tem. Isso é instinto ou cultural? Coisas que deveriam ser simples se complicam porque deixa de ser racional.