quarta-feira, 11 de março de 2009

Ensaio Sobre a Cegueira – José Saramago


Março – 2009


Por falta total de outras sugestões, por ser uma excelente história, por estarmos ainda em ritmo de Oscar e porque o Saramago é o Saramago, o livro do mês será Ensaio sobre a Cegueira.
Para quem não conhece...

José de Sousa Saramago (Azinhaga,16 de Novembro de 1922) é um escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português, ateu e comunista , foi galardoado em 1998 com o Nobel de Literatura e o Premio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.

Saramago é conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu estilo não torna a leitura mais difícil, os seus leitores habituam-se facilmente ao seu ritmo próprio.


A história se passa numa cidade qualquer onde um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.


O Ensaio Sobre a Cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".


(informações retiradas de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Saramago e da capa do livro)

3 comentários:

katy disse...

ehhhhhhh eu já tô lendo!!! foi telepatia, né???!!

Júlio César disse...

Saramago mostra um mundo caótico e resume que o ser humano é muito cruel. Mas ele não dá solução, não contribui, a postura assumida é de que o ser humano é mais animal do que humano, é uma pena, poderia ter um final mais feliz na luz de Deus.

katy disse...

jules, a literatura não tem a função de mostrar soluções. ela já faz muito ao mostrar os problemas e a realidade. saramago não escreve contos de fadas, talvez por isso não exista "um final feliz" em suas obras.